
“Saliva é um fluido rico em diversos compostos que podem revelar condições de saúde.nossa pesquisa confirma a possibilidade de diagnosticar Alzheimer dessa maneira e estamos expandindo nossos testes para diferentes idades, já que as proteínas relacionadas ao dano neuronal começam a se acumular no cérebro 20 anos antes do aparecimento dos sintomas”, explica Gustavo.
O projeto do professor, iniciado em 2012, foca na análise de biomarcadores na saliva para a detecção precoce do Alzheimer. A pesquisa envolveu 76 indivíduos, comparando os níveis da proteína tau hiperfosforilada entre aqueles diagnosticados com a doença e os que estavam saudáveis.
Os resultados indicam que as concentrações de proteína tau hiperfosforilada (pTAU) são significativamente mais altas em pacientes com Alzheimer em comparação com idosos que não possuem a doença. Já em jovens saudáveis, os níveis dessa proteína são muito inferiores.
Com o avanço dos estudos, a meta de Gustavo é criar um teste simples e acessível para triagem da enfermidade. Essa abordagem não só ajudará no diagnóstico precoce, mas também abrirá espaço para estratégias preventivas mais eficazes.
Atualmente, o diagnóstico de Alzheimer envolve processos de exclusão, que incluem exames de sangue, imagens e avaliações neurocognitivas para descartar outras doenças. “Ao descobrir um biomarcador mais confiável, poderemos deixar os testes indiretos para trás”, afirma o cientista.
Ele também menciona que a visão sobre a progressão do Alzheimer mudou significativamente; além das categorias tradicionais de leve, moderada e avançada, agora se reconhece uma fase pré-clínica, que identifica a formação inicial das proteínas no cérebro. Existe ainda uma fase prodromal, onde sintomas leves e indefinidos começam a surgir.
Gustavo destaca que a doença de Alzheimer não deve ser mais vista apenas como uma condição relacionada à terceira idade, mas sim como uma enfermidade que evolui gradualmente ao longo do tempo. Embora não haja medicamentos disponíveis que revertam a doença após a manifestação clínica, vacinas estão em fase de desenvolvimento nos Estados Unidos e na suíça.
O pesquisador acredita que, ao facilitar a detecção precoce dos biomarcadores associados ao Alzheimer, será possível também atenuar fatores de risco ligados à doença, como obesidade, falta de atividade física, tabagismo e dieta inadequada.
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