A nova administração de Trump e suas possíveis consequências para o comércio Brasil-EUA
A eleição de Donald Trump surpreendeu muitos, já que as pesquisas apontavam para uma disputa acirrada pela Casa Branca. No entanto, os resultados das urnas mostraram outra realidade, resultando em Trump governando com o apoio do Legislativo e do Judiciário – uma situação que pode ser comparada ao termo “barba, cabelo e bigode” no Brasil.
Passada a agitação inicial dos resultados eleitorais, surge a necessidade de discutir como será o segundo mandato do presidente que retorna ao poder depois de ter perdido a reeleição para Joe Biden.
Opiniões de especialistas em comércio exterior sobre as projeções envolvendo o Brasil
O AcheiUSA conversou com alguns especialistas em comércio exterior para obter insights sobre as possíveis ações do Partido Republicano nos EUA em relação ao Brasil. O sócio-diretor do Center Group nos EUA e presidente da Brazilian-American Chamber of Commerce of Florida, Carlos Mariaca, compartilhou sua visão pessoal sobre o assunto.
“É um pouco cedo para determinar o verdadeiro impacto da nova administração de Trump nas relações comerciais entre Brasil e EUA. A implementação das tarifas sobre produtos exportados para os Estados Unidos pode ser uma das medidas mais significativas nesse sentido” – apontou Mariaca.
Mariaca destacou que as promessas podem ter diferentes graus de dificuldade na implementação, dependendo da aprovação legislativa necessária. Ele ressaltou também como as tarifas podem afetar diretamente as relações comerciais bilaterais entre os países.
Análise de Carlo Barbieri Filho sobre os impactos econômicos no curto prazo
O economista Carlo Barbieri Filho enfatizou que no curto prazo a administração Trump pode trazer benefícios aos empresários brasileiros, já que seu foco principal parece ser direcionado à China. Isso poderia abrir oportunidades favoráveis para empresas brasileiras nos mercados internacionais.
Produtores Brasileiros Podem ser Beneficiados no Comércio com os EUA
Com a recente eleição nos Estados Unidos, as relações comerciais entre o Brasil e os EUA podem sofrer alterações significativas. Segundo o especialista em economia internacional, Marcos Barbieri, o Brasil tem a chance de se beneficiar neste cenário.
Barbieri destaca que os produtores brasileiros têm a oportunidade de aumentar suas exportações para a China devido às possíveis sobretaxas que poderão ser aplicadas pelo governo americano: “O Brasil pode ser favorecido com a comercialização de seus produtos agrícolas em relação aos chineses. Além disso, os produtores brasileiros poderão vender mais para a China, tendo em vista as restrições aos produtos americanos.”
A longo prazo, esse cenário pode trazer desafios, pois as exportações chinesas para os EUA representam um valor significativo. Barbieri ressalta que essa situação pode gerar inflação nos EUA e dificultar a entrada de produtos brasileiros no mercado americano.
Rodrigo Fonseca Destaca Caráter Democrático das Eleições nos EUA
O ex-diplomata Rodrigo Fonseca elogiou o processo democrático nas eleições americanas por sua tranquilidade e respeito à democracia. Em relação às tarifas alfandegárias impostas pelo governo americano, Fonseca vê oportunidades para o Brasil: “Mesmo com as sobretaxas, acredito que os produtos brasileiros continuarão competitivos internacionalmente.”
Josefina Guedes Aposta na Continuidade dos Acordos Bilaterais
Para Josefina Guedes da GBI Internacional, é crucial manter as parcerias já estabelecidas entre Brasil e Estados Unidos. Ela destaca projetos em energias renováveis como um ponto positivo nas relações bilaterais.
Especialistas em Comércio Exterior Analisam o Potencial da Relação Brasil-EUA na Era Trump
Diversos especialistas e analistas de comércio exterior se reuniram recentemente em eventos realizados em locais como Califórnia, Dubai, São Paulo, México e Bogotá para discutir o uso crescente do hidrogênio e da energia eólica como fontes de energia alternativas. Durante estas conferências, também foi destacada a importância das negociações estratégicas no âmbito do G20, composto por países emergentes. Essas pautas são consideradas fundamentais no contexto do processo de reindustrialização proposto pelo governo dos Estados Unidos sob a gestão do presidente Trump, que busca repatriar empresas americanas atualmente situadas na Ásia.
Josefina Guedes, uma das participantes desses debates, ressaltou a riqueza de recursos naturais dos Estados Unidos como um fator crucial para os investimentos em energias renováveis e pesquisas científicas visando novas descobertas no campo farmacêutico. Ela enfatizou que tais iniciativas podem abrir novos horizontes tanto para os EUA quanto para o mundo. No entanto, Josefina expressou sua preocupação com o cenário global atual marcado por conflitos persistentes entre as nações. Ela alertou que sem mudanças significativas nas posturas dos líderes mundiais e sem uma redução nas tensões geopolíticas atuais, existe o risco iminente de um conflito à escala mundial.
“Faço minhas preces diariamente pelo Brasil e pelos Estados Unidos, torcendo para que essas nações continuem trilhando o caminho da paz”, afirmou a analista.
Amém Josefina!