O real teve um dos piores desempenhos globais ao fim de uma sessão brutal para divisas de risco e correlacionadas às commodities, por temores sobre juros mais altos e riscos de recessão além de geopolíticos. O dólar à vista fechou em 5,2771 reais sendo que a cotação no pregão de terça variou de 5,1861 reais (+0,17%) a 5,2813 reais (+2,01%). A valorização no fim do dia é a mais forte desde o dia 11 de julho (+1,94%), e o patamar de encerramento, o mais alto desde 26 de julho (5,3518 reais).
Juros mais altos nos EUA aumentam a atratividade da renda fixa norte-americana, estimulando conversão de moedas estrangeiras para o dólar, o que o valoriza. Moedas de commodities, como os dólares australiano, neozelandês e os vizinhos latino-americanos, peso mexicano, chileno e colombiano, e o sol peruano, foram as divisas mais golpeadas.
Analistas dizem que a moeda brasileira está se aproximando de um período mais delicado e pode enfrentar dificuldades para uma apreciação mais consistente. Os ruídos das eleições, junto com o cenário global pouco favorável para commodities e com o dólar se fortalecendo contra as demais moedas do G3 (euro, libra e Iene), devem dificultar a valorização do real. Entramos no período sazonal de mais saídas líquidas. O diferencial de juros tem evitado uma desvalorização maior de várias divisas e em particular latino-americanas.
Lembramos que “Banco Central” americano elevou os juros em 0,75 ponto percentual na quarta (27) e dentro das expectativas do que já se vinha especulando, pondo fim, de vez, a precificações que chegaram a indicar um súper aumento de 1 ponto na taxa básica – as quais por sua vez haviam ajudado a empurrar o dólar globalmente a máximas em 20 anos.
Em uma coletiva de imprensa na quarta (26), o chefe do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que em algum momento a magnitude do aperto nos juros diminuiria, esvaziando apostas até mesmo de nova alta de 0,75 ponto. O Fed no entanto, reforçou seu compromisso em levar a inflação nos EUA à meta de 2%, buscando um pouso suave para a maior economia do mundo – e o que aliviaria temores de recessão por trás do mau humor dos mercados nas últimas semanas.
Lembramos também que antes do anuncio do Federal Reserve, na terça (25), e apenas como referência, o Euro foi fortemente penalizado pelo crescente risco de crise energética na União Europeia (UE), em meio aos cortes no fornecimento de gás natural russo. O índice DXY que mede a variação da moeda americana ante seis outros seis fortes rivais, para se ter uma ideia, fechou em alta de 0,66%.
No Brasil, o mês de agosto começou com as atenções voltadas para o Banco Central, que na quarta-feira, dia 3, deverá anunciar aumento dos juros em 0,50 ponto percentual, para 13,75% ao ano.
O banco de investimento americano Golden Sachs, disse em nota “O BCB pode se tornar o primeiro grande banco central a parar de fornecer impulsos ‘hawkish’ (na direção de alta de juros) à moeda”, se referindo segundo o qual a alta de juros da próxima quarta que poderá ser a última deste ciclo. O banco Golden Sachs estima que o dólar ficará em 5,50 reais dentro de três meses e em 5,30 reais ao fim de seis meses. Em 12 meses, a cotação cairia para 5,00 reais.
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