Diabetes afeta 540 milhões de pessoas globalmente (Foto: Pavel Danilyuk/Pexels)
Estimativas da Federação Internacional de Diabetes indicam que 540 milhões de pessoas ao redor do mundo convivem com diabetes, uma condição crônica caracterizada por níveis elevados de glicose no sangue. Notavelmente, três em quatro adultos diagnosticados estão em países de baixa e média renda.
Nos últimos 20 anos, a taxa global de diabetes triplicou, transformando a doença em uma epidemia moderna, conforme enfatizado pela Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA. O aumento do consumo de alimentos processados, hábitos alimentares inadequados e a natureza sedentária de muitos empregos estão na raiz desse crescimento.
Uma médica especialista em endocrinologia comenta: “Antigamente, as atividades laborais exigiam mais esforço físico. Hoje, vemos um predominante aumento de empregos que demandam habilidades mentais, contribuindo para a elevação dos casos de diabetes.” Ela alerta que a prevalência da doença deve continuar a crescer nos próximos anos.
O impacto da pandemia de COVID-19 também é significativo, com um aumento nos casos de diabetes. O isolamento social levou a uma queda na atividade física, mudanças nos hábitos diários e aumento da ansiedade, fatores que se traduziram em obesidade e descontrole glicêmico para muitos indivíduos.
Dados revelam que 90% das pessoas com diabetes têm o tipo 2, frequentemente associado ao sobrepeso e geralmente diagnosticado a partir dos 30 ou 40 anos. A prevalência aumenta com a idade. Em contraste, o diabetes tipo 1 representa cerca de 10% dos casos, podendo afetar crianças e adolescentes.
Outro ponto importante é que o diabetes não discrimina: homens e mulheres são igualmente atingidos. Segundo o Instituto Nacional de Saúde dos EUA, a condição afeta todos os grupos étnicos e demográficas, comprometendo a qualidade de vida e gerando um enorme ônus econômico para sistemas de saúde e famílias.
A médico Mônica de Canha descreve o diabetes como uma das cinco principais doenças prevalentes no mundo. Ela explica que, dentro do conceito da síndrome metabólica, o diabetes coexiste com hipertensão e desregulações de colesterol e triglicerídeos, sendo comum em pessoas com problemas cardiovasculares.
A especialista destaca ainda que os distúrbios do sono afetam o ritmo circadiano e afetam a secreção hormonal, levando, entre outros efeitos, ao aumento do cortisol, o hormônio do estresse, que pode desregular a glicemia e influenciar os sinais de saciedade.
O impacto dos carboidratos na saúde
A endocrinologista enfatiza que o cérebro utiliza principalmente carboidratos como fonte de energia. “O importante é a qualidade dos carboidratos consumidos. Devemos focar em carboidratos complexos e evitar os simples, que estão presentes em açúcares e produtos altamente processados”, orienta.
Ela recomenda a redução de açúcares simples e a preferência por carboidratos complexos, que têm uma digestão mais lenta e impacto menor na glicemia.
Estratégias para reduzir riscos
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças apontam que 10% da população nos EUA é afetada pelo diabetes.
Além disso, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) indica que a interrupção do tabagismo pode diminuir o risco de diabetes tipo 2 em até 40%. Entretanto, surpreendentemente, apenas 50% das pessoas diagnosticadas com diabetes tipo 2 têm acesso à insulina necessária, frequentemente devido a limitações nos sistemas de saúde locais.
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Matéria original por AcheiUSA
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