13 / 07 / 2025 às 04 : 30

O Dia do Desejo é uma iniciativa para levar um pouco mais de conforto e carinho para pacientes internados – Foto: Prefeitura de Fortaleza
O projeto foi criado pelo setor de hematologia com o apoio da Escola de Saúde Pública do Ceará. Mais do que matar a vontade de um prato específico, a ação oferece cuidado emocional, acolhimento e conexão com quem está longe.
Com o aroma de feijão fresquinho, pamonha ou macarrão com frango assado, os corredores do hospital se enchem de histórias, lágrimas e sorrisos. Por trás de cada marmita, há lembranças, abraços invisíveis e muito afeto compartilhado.
Tudo começa com uma conversa. A equipe multiprofissional do hospital escuta atentamente o desejo de cada paciente, anotando cuidadosamente o prato que representa mais do que um simples gosto: é um símbolo de amor e de memória.
Os familiares recebem orientações nutricionais para preparar a refeição de forma segura, respeitando possíveis restrições alimentares. Quando o alimento chega ao hospital, ele passa por uma triagem rigorosa antes de seguir para as mãos dos pacientes.
“A gente inspeciona tudo com muito carinho. Retira embalagens externas, usa máscara e luvas, e prepara o carrinho com suco, fruta e os utensílios certos. Não pode ter palitos, nem objetos cortantes. É um processo cheio de cuidado, mas também de emoção”, conta a nutricionista Rosângela Alencar à Prefeitura de Fortaleza.
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Para muitos pacientes, aquele prato escolhido representa muito mais do que uma comida. É uma forma de se reconectar com quem amam, com a infância ou com a própria identidade.
“Às vezes, o paciente pede a comida preferida dos filhos, só para sentir que está perto deles. Outros falam de receitas da mãe ou da avó. A comida vira um portal. Em poucos minutos, eles estão em casa de novo”, explica o assistente social Marcos Paulo.
O médico Rodrigo Monteiro reforça que o foco do projeto é o cuidado integral. “Tratamos pacientes que enfrentam dores, internações longas, saudade e ansiedade. Esse prato, feito com amor, reacende a vontade de viver, de continuar lutando”, diz.
Sabor que emociona
Os relatos dos pacientes emocionam. Antônio Zildo, de 52 anos, internado para tratamento de leucemia, chorou ao falar da comida feita pela filha. “Não tem comparação. Quando é de casa, a gente sente o sabor com o coração. É diferente”, afirmou.
Magna Kelly, de 22 anos, lembra da alegria de comer pamonha, prato típico de sua terra, Potiretama. “Foi como se eu voltasse pra casa. Depois, comi macarrão, sorvete… Me senti amparada, como se alguém dissesse: você não está sozinha”, contou.
“Quando a gente ouve o que os pacientes desejam comer, percebe que ali tem muito mais do que vontade. Tem saudade, tem carinho, tem amor. E isso também é parte do tratamento”, finaliza Marcos Paulo.

As receitas são preparadas por familiares, com orientação de nutricionistas do hospital – Foto: Prefeitura de Fortaleza
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