Da Redação (Com Brasil 247) – O jornal inglês Financial Times, em editorial publicado nesta quinta-feira (3), afirma que a guerra entre Rússia e Ucrânia é a “melhor chance” para o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recuperar o apoio da população a seu mandato.
Na publicação, o veículo cita que no discurso sobre o Estado da União feito por Biden, ele só conseguiu consenso entre democratas e republicanos ao falar da guerra e dos elogios ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. “Cabe a Biden aproveitar esse momento de consenso. Ele tem que canalizar a resistência dos republicanos sem fraturar a coalizão ocidental anti-Putin, cujos membros nem todos desejam prosseguir no mesmo ritmo ou intensidade. A ênfase em “aliados” em seu discurso sugere que ele está ciente da delicadeza dessa tarefa”, diz a publicação.
Segundo o jornal, a guerra pode “não ser suficiente para reviver uma presidência em dificuldades”, mas é a “melhor chance” de Biden. “De fato, por mais assustador que seja, o cenário internacional pode representar a melhor chance de renovação de Biden. É certamente onde existe o maior potencial para o bipartidarismo”. Para o Financial Times, quanto mais duradoura for a guerra, melhor para o governo Biden.
“Isso é de consequência prática, não apenas moral. Torna mais fácil para Biden pedir aos americanos, como fez na terça-feira, para arcar com os custos do que poderia ser um confronto duradouro com a Rússia. Também adverte o Kremlin para não contar com um Congresso do Partido Republicano muito mais fácil a partir do próximo ano. Os eleitores apoiam esmagadoramente uma ação dura”, diz.
De acordo com a publicação, o mundo em paz faria com que a população norte-americana se voltasse para o próprio país. “Putin certa vez descreveu a queda da União Soviética como uma ‘tragédia’ para os russos. Ela também não deixou de ter resultados perversos para os EUA. Com o mundo em uma paz relativa, o país estaria à vontade para voltar-se contra si mesmo. Os acontecimentos na Europa lembraram aos americanos que alguns inimigos são maiores do que o partido político adversário. Se Biden puder aproveitar o momento, os EUA, e não apenas a Ucrânia, sairão beneficiados. É uma missão apropriada para um mandato presidencial em que uma volta do ímpeto interno é incerta”.
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