Incomodado com prisões na Flórida, com a nova lei de imigração, o cônsul do México em Orlando, Juan Sabines, disse que acata as decisões do estado, mas alerta para “exageros e racismo” contra cidadãos de seu país
Da Redação – Com o vigor da nova lei “SB 1718, na Flórida, a apreensão entre indocumentados segue no dia a dia, temendo consequências que possam comprometer trabalhos e compromissos em famílias. E passados dois meses, os efeitos da intimidação começaram em Orlando. A vítima é um mexicano residente na cidade, que acabou sendo preso ao ser abordado transportando quatro pessoas sem documentos.
Também foi preso um jovem mexicano depois que um funcionário estadual o deteve por dirigir com vidros escuros – não portava identificação. Incomodado com a onda de prisões na Flórida, envolvendo mexicanos, o cônsul do México em Orlando, Juan Sabines, disse que acata as decisões do estado, no entanto, alerta para perseguições aos cidadãos de seu país.
“Tivemos outro caso na semana passada, o primeiro caso de vítima da lei racista SB 1718, leis anti-imigração. Isso ocorreu porque algumas pessoas estavam vindo do trabalho da Geórgia para Tampa porque tinham vidros escuros além do que a lei permite. Eles estão detidos pela polícia estadual, que acusa o motorista de tráfico de pessoas e ele está preso com cinco acusações”, denuncia o cônsul mexicano.
Da mesma forma, Sabines disse que “o governador está ultrapassando seus limites e agindo em questões de migração quando não é sua responsabilidade. A imigração corresponde apenas ao governo federal, o governo estadual não tem competências. Eles criminalizam uma pessoa com base no seu estatuto de imigração e não por causa de um crime, acrescentou.
Também caracterizou a lei como “racista”. “Tenho certeza de que se fosse uma pessoa loira de olhos claros que estivesse dirigindo, não teriam perguntado se ele tinha documentos. Estão agindo contra a condição ou aparência física de uma pessoa e não apenas por algum crime”, alegou.
A Patrulha Rodoviária da Flórida disse em declarações por escrito que “a van tinha uma tonalidade mais escura do que o legal nas janelas atrás do motorista, que foi preso por não ter carteira de motorista e transportar estrangeiros indocumentados”.