O juro base dos Estados Unidos deve continuar no intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano depois do final da reunião do comitê de política monetária do país, na 4ª feira (20). O mercado estima que a chance de manutenção nas taxas no encontro de março é de 99%, segundo a plataforma CME FedWatch. Os analistas esperam que uma queda no indicador venha somente em junho.
Entretanto, eles ainda não estão pacificados quanto a essa questão: 55,70% dizem acreditar que haverá redução no 2º semestre e 41,30% não esperam esse ajuste. As projeções indicam que os índices básicos dos juros norte-americanos devem terminar 2024 em 4,50% a 4,75% ao ano. A taxa atual do juro base dos EUA é a maior desde janeiro de 2001.
A razão pela manutenção da taxa em patamares elevados é tentar controlar a inflação. O crédito mais caro desacelera o consumo e a produção. Como consequência, os preços tendem a não aumentar de forma tão rápida. Em fevereiro, a inflação anual dos Estados Unidos fechou em 3,2%. O Banco Central do país, o Fed (sigla em inglês para Sistema de Reserva Federal), disse que só voltará a reduzir os juros quando o índice de preços ficar próximo de 2%. Com o patamar elevado, os investimentos com rendimento ligado ao indicador dos juros são mais atrativos. Pessoas que tinham fundos ligados ao mercado brasileiro, inclusive, podem migrar para o norte-americano. Um movimento similar já foi visto no Brasil. Quando a Selic (juro básico brasileiro) aumentou, os investidores migraram para os investimentos do Tesouro Direto. Quando começou a cair, a venda dos papéis desaceleraram.
As Bolsas norte-americanas também devem ser afetadas. Investimentos mais voláteis tendem a ser deixados de lado quando os mais estáveis têm um rendimento alto. Em ano eleitoral nos Estados Unidos, um possível corte nos juros tem um peso político. Se os índices baixarem, é possível que candidatos à reeleição usem o aumento no poder de compra da população como propaganda eleitoral.
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