Pesquisadores da Northwestern Medicine e do Brigham and Women’s Hospital, ambas nos Estados Unidos, descobriram que alterações em múltiplas moléculas no sangue dos pacientes com lúpus podem contribuir para a causa. O estudo foi publicado na Nature.
Um desequilíbrio nas respostas imunológicas dos pacientes é o grande causador da enfermidade, segundo eles. No exame clínico, o grupo identificou que pessoas com lúpus têm uma quantidade excessiva de células T auxiliares periféricas, o que não foi registrado em pacientes saudáveis.
Lúpus é uma doença inflamatória autoimune que pode afetar diversos órgãos e tecidos.
Normalmente, a doença se manifesta na pele, articulações, rins e cérebro.
A maioria das pessoas que convive com a enfermidade têm sintomas leves. Entre eles, a enxaqueca, epilepsia e até mesmo distúrbios mentais.
Para combater esse “defeito” do corpo humano, os pesquisadores usaram moléculas ativadoras de AHR em amostras de pacientes com a doença. Com isso, as células T se transformaram e conseguiram gerar a cicatrização das feridas.
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A patologia ainda não é muito bem entendida pela ciência, mas isso está prestes a mudar.
Essas alterações levam à ativação insuficiente de uma via controlada pelo receptor do hidrocarboneto arila (AHR), responsável por regular a resposta das células a poluentes ambientais, bacterianos ou metabólicos.
Como resultado, o corpo gera células imunes promotoras de doenças, também chamadas de células T auxiliares periferias. Elas são responsáveis pela produção de autoanticorpos (um tipo de anticorpo que se liga às células saudáveis, ao invés de se ligarem a vírus e bactérias).
Potencial cura
A descoberta da causa, pode também revelar uma potencial cura.
“Identificamos um desequilíbrio fundamental nas respostas imunológicas que os pacientes com lúpus produzem e definimos mediadores específicos que podem corrigir esse desequilíbrio para atenuar a resposta autoimune patológica”, disse Deepak Rao, professor de Harvard e reumatologista no Brigham and Women’s Hospital.
Para avançar em tratamentos, o grupo juntou as moléculas ativadoras de AHR em amostras de pacientes com lúpus.
Como resultado, as células causadoras da doença foram reprogramadas e se mudaram para a chamada célula Th22.
Essa, por sua vez, pode promover a cicatrização de feridas causadas por essa doença autoimune.
“Descobrimos que se ativarmos a via AHR com ativadores de moléculas pequenas ou limitarmos o interferon patologicamente excessivo no sangue, podemos reduzir o número dessas células causadoras de doenças”, Jaehyuk Choi, professor associado de dermatologia na Northwestern University Feinberg School of Medicine.
Novos tratamentos
O estudo é muito promissor. Para Jaehyuk, se o efeito de concretização for durável, uma cura potencial está próxima.
“Descobrimos que se ativarmos a via AHR com ativadores de moléculas pequenas ou limitarmos o interferon patologicamente excessivo no sangue, podemos reduzir o número dessas células causadoras de doenças”, finalizou.
Com a descoberta, um novo tratamento contra a doença pode estar à caminho. Foto: Northwestern Medicine.
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