Por mais de quatro décadas, o Cinco de Mayo transformou o bairro de Little Village, em Chicago, em uma celebração repleta de música, dança e a presença de até 300.000 pessoas. contudo, neste ano, um desolador silêncio se instalou. O temor gerado pela campanha implacável de deportações promovida pela administração Trump levou os organizadores a cancelarem o evento, preocupados com a possível presença de agentes do ICE, que poderiam prender pais, trabalhadores e até crianças. A insegurança permeia a comunidade.
Não é apenas Chicago que enfrenta essa realidade. Filadélfia viu seu Carnaval de Puebla ser interrompido, enquanto oregon optou pela suspensão do Latino Fest. Instalou-se um clima de precaução em todo o país, com comunidades latinas evitando locais como igrejas, escolas e parques. O impacto das operações do ICE tem sido severo: mais de 66.500 imigrantes foram detidos em um período de apenas 100 dias, em muitos casos, separados de suas famílias com base em acusações muitas vezes infundadas. A sombra da deportação é uma preocupação constante para muitos.
A insegurança não se restringe apenas aos imigrantes. De acordo com uma pesquisa, 43% dos latinos expressam medo de serem perseguidos pelo ICE, mesmo aqueles que possuem documentação válida. A administração trump tem borrado as fronteiras entre cidadãos e imigrantes: se você é latino ou fala espanhol, pode ser considerado um potencial alvo. Locais que antes eram considerados seguros, como escolas e igrejas, agora são vistos como possíveis armadilhas. A incerteza paira sobre todos.
A opressão atinge não apenas as celebrações latinas. Eventos como o Juneteenth, que celebra o fim da escravidão, também sofrem restrições. Tanto patrocinadores quanto locais federais estão se afastando, temendo represálias governamentais contra iniciativas voltadas para diversidade. Em Denver,a festividade acabou reduzida pela metade,enquanto a NAACP em Nova Jersey se viu obrigada a se adaptar a um espaço diminuto. A história e a cultura estão sendo gradualmente obliteradas.
O aviso é claro: durante a era Trump, celebrar sua identidade cultural torna-se um ato de risco. Reuniões comunitárias podem se transformar em situações perigosas. O ideal de liberdade, uma vez sonhado, furtivamente se esvai. comunidades inteiras habitam em um clima de susto, sob constante ameaça de ataque, separação e deportação. O que deveria ser o sonho americano agora parece mais um pesadelo. E enquanto o governo perpetua o medo, uma pergunta se impõe: quem será o próximo a sofrer essa perseguição?
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