Cerca de 24% dos haitianos que chegam aos Estados Unidos pela fronteira mexicana partiram do Brasil, apontam dados da Organização Internacional para a Imigração (OIM), um dos braços da Organização das Nações Unidas (ONU).
O número de haitianos que tentam atravessar a fronteira entre o México e os Estados Unidos aumentou no mês de setembro —estima-se que cerca de 14 mil tenham ido para a cidade de Del Rio, no Texas, que é separada de Ciudad Acuña pelo Rio Grande.
Os haitianos entram no Brasil com a autorização de residência por acolhida humanitária, que dá a eles o direito de permanecer pelo menos dois anos no país. Depois disso, podem converter a autorização para outra de tempo indeterminado, desde que provem meios de vida no país.
O caminho entre o Brasil e os EUA é por terra: saindo daqui, os haitianos atravessam para o Peru seguem por Colômbia, Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Guatemala, México e, finalmente, tentam entrar nos EUA.
Nesse caminho há um ponto que é um gargalo, a região de Darién, no Panamá. É uma zona conhecida por ser perigosa por causa da selva fechada e também da presença de crime organizado.
A OIM no Panamá fez uma pesquisa com as pessoas que estavam nesse local e se dirigiam aos EUA. Os dados foram colhidos entre agosto e setembro. A organização entrevistou 649 pessoas.
Dessas, cerca de 24% tinham residência no Brasil, mas apenas 0,46% eram brasileiras —de acordo com um representante da OIM no Panamá ouvido pelo g1, esse não é um caminho que brasileiros fazem para tentar chegar aos EUA; a grande maioria das pessoas que tinham residência no Brasil é de haitianos.
Os haitianos são 77% das pessoas que atravessam a região de Darién, mas a porcentagem que de fato residia no Haiti é bem menor, de 16,6%.
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