Um ato de amor é até pouco para definir a família do Jhonatan Wiliantan da Silva e do Daniel Rocha Braz. Eles decidiram adotar cinco irmãos que viviam em um abrigo em Rio Claro, interior de São Paulo, só para não separá-los e agora veio outra notícia boa!
Jhonatan e Daniel estão comemorando a guarda definitiva dos filhos e disseram que o amor só aumentou. “Eu sinto que eles sempre foram meus filhos. Eu só precisei que outra mãe os gerasse”, contou Jhonatan em entrevista ao Só Notícia Boa.
A história deles viralizou em fevereiro deste ano, quando o casal conversou com nossa reportagem e contou um pouco da rotina da família, que ficou muito mais movimentada e alegre.
Amor é um ato de coragem
Jhonatan é casado com Daniel e conta que eles não pensavam em filhos antes da união. Tudo realmente mudou quando ele conheceu as crianças: João Miguel, de 1 ano e 6 meses, Iara, de 3 anos, Harry, de 4 anos, Wendel, de 6 anos e Douglas, de 11 anos.
Por que eles fizeram isso? A resposta é uma só: “O amor também é um ato de coragem”, afirmaram.
As crianças foram retiradas da tutela dos pais por negligência. Elas são filhas de uma prima distante de Jhonatan. Ele conta que soube da história e resolveu ir até o local para conhecê-las aí não teve volta.
“Eu me apaixonei completamente”, disse o pai. Ele e Daniel então decidiram apadrinhá-las. Na época, eram apenas quatro irmãos: Douglas, Wendel, Harry e Iara.
“Eu tinha um carro. Então eu pegava [as crianças] e levava para tomar sorvete, fazer as unhas, essas coisas”, lembra.
A pandemia e a saudade
Com a chegada da pandemia, as visitas foram cortadas por causa das políticas de isolamento.
Como o apego já era grande, o casal então passou a fazer vídeos e mandar para que as crianças se sentissem mais próximas dele.
“Lá [no abrigo] falta o amor, o calor, o carinho que a gente tem na nossa casa”, lembrando da saudade que sentiam das crianças.
Decisão da adoção
A decisão de levar os quatro irmãos para casa veio após uma notícia desagradável para o casal: os irmão iam ser separados.
“Eu soube que eles poderiam seriam colocados para a adoção nacional e poderiam ser separados. O João, a Yarah, que são mais novos são o tipo de um catálogo de adoção, mas eu fiquei pensando no maior, o que seria dele, a gente sabe que é difícil a adoção de crianças mais velhas, foi quando eu mostrei interesse em ficar com eles porque eles precisavam de mim”, contou Jhonatan.
O casal então levou os quatro irmãos para casa e deu entrada no pedido de adoção. Durante o processo, Jhonantan ficou sabendo que a mãe das crianças estava grávida novamente e, quando João Miguel nasceu, ele colocou de novo as crianças em primeiro lugar e se ofereceu para ficar com o bebê.
“Eu fiquei pensando nessa criança crescendo longe dos irmãos. Eu olhei para os outros e pensei: ‘se tem lugar para quatro, cabe o quinto também’, disse o pai.
Amor incondicional
“Talvez, se estivesse sete, eu faria por sete porque é um amor incondicional, você não olha a quantidade, olha a estrutura familiar que está em risco, a gente vê casos de famílias que procuram irmãos a vida toda e não encontram, é doloroso, estamos falando de seres humanos”, argumenta.
João Miguel chegou na casa deles na véspera de Natal, como um grande presente para as crianças.
“Eu levei ele na noite de Natal. Deixei ele perto da árvore, chamei as crianças e perguntei: o que vocês gostariam de ganhar de presente?”.
Sorrindo, o pai disse que os meninos falaram vários brinquedos. Então ele anunciou a surpresa.
“O Papai Noel mandou outro presente e disse que era para cuidar com muito amor”. Então ele mostrou o bebê e todos se emocionaram muito. “Foi uma noite muito especial e inesquecível. Finalmente eu senti que nossa família estava unidade de verdade”, diz Jhonantan.
Mudanças e investimentos
Os pais lembram que a adaptação não foi um período fácil. Eles precisaram sair de um apartamento onde viviam, para alugar uma casa maior, onde todos teriam mais espaço e conforto.
Jhonantan mudou de emprego para poder passar mais tempo com os filhos e Daniel, que é enfermeiro, intercala os dias de plantão com os cuidados das crianças. Ele confessa que teve medo no início, mesmo porque uma família com 7 pessoas não é simples de administrar, financeiramente, inclusive.
“Eu não estava preparado, realmente. Aconteceu do nada. Tinha medo de não proporcionar o que as crianças precisam: comida, fralda, remédio”, disse.
O casal também teve que lutar contra os julgamentos. Eles lembram que foram muito taxados por serem homossexuais, principalmente por parte da família das crianças.
“As pessoas que me taxavam geralmente eram as mesmas que não queriam cuidar das crianças quando a mãe perdeu a guarda”, lembra.
Só que todas as dificuldades ainda eram menores que o amor que eles tinham pelos cinco irmãos. “Eu queria tanto, que não tinha medo de nada”.
A guarda definitiva
Agora, com a guarda definitiva os cinco irmãos serão batizados e terão padrinhos.
O casal também pretende fazer uma cerimônia simbólica para que as crianças também possam manifestar a respeito de quererem os dois como pais e assim consolidar a família para sempre.
“Foi uma adaptação. Hoje a gente já sentindo que está no controle, que estamos dando conta. A gente olha pra trás e vê quantas coisas que nós aprendemos e evoluindo. Aprendeu a ouvir, aprendeu a dar valor em pequenas coisas que uma criança fala, por exemplo, um ‘eu te amo’, um ‘você está lindo’. São coisas que faz tanta diferença e faz com que a gente sinta que está indo no caminho certo. Eu sou muito emotivo, sinto que a nossa ligação vem de nossas vidas”, diz Jhonantan.
Rede de amor
Jhonatan é operário e Daniel é enfermeiro. Os dois levam uma vida simples e, mesmo com os salários pequenos, fazem de tudo para que nada falte para as crianças.
Para cuidar delas, o casal conta com uma rede de amor linda de amigos. Hoje eles recebem colaborações com leite, fralda e outras ajudas, para que não falte nada para a família.
“Eu recebo ajuda de leite, brinquedos e muito mais. As pessoas apadrinharam meus filhos”, explica emocionado. “Sem eu saber, as pessoas fizeram uma vaquinha para fraldas quando o João veio para cá”.
Eles também ganharam uma treliche de uma amiga e uma cama para a Iara. Outro momento emocionante, segundo o pai, foi no dia que precisou comprar o berço para João. Quando uma pessoa da loja soube da história deles, fez questão de doar a cama para o bebê.
A força da solidariedade
Jhonatan reforça que não depende das doações. Tudo o que recebe, vem da solidariedade voluntárias das pessoas.
Ele ainda ressalta que prefere muito mais que as pessoas ajudem com coisas do que com dinheiro. “Eu tenho medo das pessoas acharam que estou usando meus filhos”, explica.
Nós também entramos nessa rede de amor para ajudar a família do Jhonatan e do Daniel! A vaquinha aberta para eles no Só Vaquinha Boa é para dar todo o suporte, para manter a família por alguns meses.
Como 3 dos cinco filhos têm menos de 4 anos, eles ainda precisam de alimentação especial como leite, além de fraldas e acompanhamento médico mais frequente.
Com a sua ajuda, eles vão conseguir terminar de montar o quarto das crianças e o que eles precisam para viver um pouco mais confortáveis.
Você pode ajudar essa família mais que especial doando pelo PIX pais-de-cinco@sovaquinhaboa.com.br
ou diretamente no site do Só Vaquinha Boa, clicando aqui!
Obrigado!
Assista ao vídeo deles juntos:
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