Brasileiros em centro de detenção nos EUA denunciam condições desumanas e tratamento degradante

No Centro de Processamento de Pine Prairie, na Louisiana, brasileiros detidos vivem uma realidade alarmante, marcada por fome, ausência de cuidados médicos e humilhações diárias. Relatos de um ambiente degradante revelam violações de direitos humanos. Um detento compartilhou: "Aqui somos tratados como animais. Eu só quero minha liberdade”

Imigrantes brasileiros ⁢no Centro de Detenção de Pine Prairie,na Louisiana,relatam situações alarmantes,como desnutrição,falta de assistência médica e constantes humilhações. A realidade descrita por esses detidos expõe⁣ um cenário ‍preocupante de ⁣abandono e graves ‌violações de direitos humanos em um espaço destinado a imigrantes aguardando‌ deportação,nenhum ​dos​ quais com condenação criminal.

“Aqui somos tratados como animais.​ É ⁤insuportável. Choro todos ⁣os dias⁢ e anseio por⁣ liberdade”, compartilhou um dos brasileiros retidos. Outro detento mencionou que às vezes passa até 20 horas sem se alimentar,pois as refeições são precárias e limitadas a pão e leite.

Condições precárias e doenças

Os testemunhos⁣ sobre o centro são consistentes ao retratar⁣ sua inadequação.Um imigrante relatou que, desde ⁢sua chegada, vem lidando ⁣com infecções na garganta e febre, parecendo piorar devido à umidade e ‍à ventilação deficiente ⁤nas celas. “Não⁢ há ‌como ⁢se recuperar ​aqui, o ambiente está repleto de vírus”, disse ele.

De acordo⁤ com os relatos, ‍a alimentação é de ⁣qualidade insatisfatória​ e limitada na quantidade. “Era mais seguro não comer”, comentou um ex-detido que chegou a ​perder 7 kg em ⁤apenas duas semanas.​ A água é também escassa: os presos são obrigados a⁤ economizar a quantidade que ​recebem,reservando-a para momentos de‍ sede extrema. Em algumas situações,a solidariedade ⁣entre detentos foi o único alívio –‌ um brasileiro conseguiu água e⁢ comida através da ​ajuda de um ‌outro preso.

As condições de higiene‍ são igualmente preocupantes. “A cela ‍estava ​imunda, tivemos que limpar nós mesmos. O ambiente⁣ era cheio de poeira e tinha um odor⁢ forte de mofo. Fomos prisioneiros da escuridão ‍por seis dias”, relatou um dos homens.

Isolamento e ‌relatos de abusos

Familiares ​dos detidos relatam dificuldades na comunicação. “Ele me diz que é humiliador estar lá”, comentou um parente, ⁣que consegue ⁢escutar seu familiar‌ apenas⁤ ocasionalmente.

A ONG ​Robert F. Kennedy Human Rights (RFK) ⁣já ⁢denunciou o‍ centro por ⁤suas ‌violências contra os direitos humanos.Sarah Decker,advogada da instituição,enfatiza que ⁢os imigrantes estão ali somente para comparecer a audiências,mas as condições enfrentadas são “punitivas ⁢e piores ‌do que as de prisões”. “As pessoas são ‍submetidas‌ a abusos ​terríveis nesse⁣ e em outros centros na Louisiana”,afirmou.

Práticas abusivas durante deportações

Além das condições enfrentadas ‍nos centros‍ de detenção, o ‌governo dos EUA tem sido⁢ criticado ⁣por​ algemar deportados durante‍ os voos. Brasileiros que foram​ expulsos no primeiro voo de ⁤deportações ⁣da administração ⁤Trump relataram‌ terem sido acorrentados em seus assentos em um⁢ avião com problemas de ar-condicionado – só foram liberados ⁢após a intervenção da Polícia Federal do Brasil.‌ Atualmente, três brasileiros permanecem⁣ detidos em Pine Prairie, que ​abriga cerca de 1.100 homens. Enquanto‌ aguardam a deportação, eles têm enfrentado um sistema classificado ‍como desumano,​ onde sua dignidade é⁣ a⁢ primeira a ser ​esquecida.

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