
Desenvolvido sob medida para suas necessidades pelo Laboratório de Inovações Acadêmicas, o dispositivo faz parte do projeto Mãos Livres, ligado ao Programa EAD Social do Grupo ser Educacional.O equipamento, que se adapta à lateral dos óculos, utiliza sensores de movimento e proximidade, permitindo que Cleyton movimentasse o cursor e clique sem o uso das mãos.
Nova jornada com tecnologia assistiva
A tecnologia não apenas devolve a capacidade de interagir com o mundo digital, mas também abre as portas para uma nova etapa da vida de Cleyton. Inscrito no curso de empreendedorismo digital da Universidade Guarulhos, ele demonstra que, mesmo após anos de hospitalização, a força de vontade pode transformar a realidade.”O acesso a um dispositivo como este muda completamente a vida de alguém com tetraplegia. É uma liberdade que só a tecnologia é capaz de proporcionar”, afirmou Cleyton.
A inclusão digital é uma das principais motivações para ele, que vê no novo equipamento a oportunidade de se comunicar com amigos, expressar suas emoções e participar de videochamadas. Rafael Pacheco Ferreira, analista de inovação que participou do desenvolvimento do dispositivo, comentou sobre a importância de criar soluções que sejam acessíveis e fáceis de usar.
Além de Cleyton, o projeto visa inspirar pessoas com limitações físicas a buscar educação.”A trajetória de superação de Cleyton é um exemplo poderoso que reafirma nosso compromisso com a inclusão na educação”, expressou Jânyo Diniz, CEO do Grupo Ser Educacional.
História de superação e conquistas pessoais
A vida de cleyton mudou drasticamente em 1999, quando um confronto resultou em um ferimento que afetou sua coluna cervical, resultando na perda total dos movimentos. Após alguns meses de cuidados em casa, ele decidiu se internar em uma unidade hospitalar para ter assistência adequada.
Com o passar do tempo, enfrentou a solidão, especialmente após a perda de sua mãe e a diminuição das visitas da família. Para lidar com essa nova realidade, Cleyton voltou-se para os estudos, improvisando ferramentas adaptadas para usar o computador e manter a mente ativa.
ele já alcançou feitos admiráveis, como a escrita de um livro autobiográfico, onde cada letra foi produzida com um lápis colocado em sua boca, um trabalho que demandou mais de dez anos. Anteriormente, havia iniciado um curso de Direito e participado de uma aceleradora de programação, embora tenha interrompido os estudos por problemas de saúde.
Agora, seu objetivo é concluir a graduação e, no futuro, conseguir uma profissão que ajude a arcar com os altos custos associados à tetraplegia, que podem variar entre R$ 15 mil a R$ 20 mil por mês. “Uma cadeira de rodas adequada pode custar em torno de R$ 20 mil. Viver com um salário mínimo é inviável”, relatou.
Com as oportunidades que a educação e a tecnologia estão proporcionando, Cleyton se sente mais próximo de alcançar sua liberdade. “O que eu desejo é a liberdade. E com este projeto, voltei a acreditar que é possível”, afirmou ao G1.
Cleyton Cipriano Pinto tornou-se tetraplégico em 1999 – Foto: Reprodução/InstagramConfira o link original do post