Brasileiras ligadas aos ataques de 8 de janeiro são detidas ao tentarem entrar ilegalmente nos EUA

Quatro brasileiras, ligadas aos tumultos nos Três Poderes em Brasília em 8 de janeiro de 2023, foram presas ao tentarem entrar ilegalmente nos EUA. As detenções, que seguem um rigoroso endurecimento das políticas imigratórias, levaram-as a aguardar deportação após mais de 50 dias detidas. Conheça as histórias de Raquel, Rosana, Michely e Cristiane

Quatro brasileiras ligadas ⁤aos tumultos⁣ de 8 de janeiro de 2023 são detidas ao⁣ tentar entrar ilegalmente nos EUA

Um grupo de ‌quatro brasileiras, acusadas ‌de participar da invasão⁢ aos Três Poderes em Brasília em janeiro de 2023, foi ⁣preso ao tentar cruzar a fronteira dos Estados Unidos de maneira irregular. As prisões ocorreram no início de janeiro, em um período em que⁢ as ‍políticas imigratórias estavam severas sob a nova administração de​ Donald Trump. As mulheres estão ⁢em custódia há mais de 50 dias, à espera de deportação para o ⁢Brasil, conforme ‌informações do Departamento de Imigração⁤ e alfândega dos EUA (ICE).

As identificadas são raquel Souza Lopes, natural de Joinville (SC); Rosana Maciel Gomes, de Goiânia (GO); michely Paiva Alves, de Limeira (SP);⁣ e Cristiane da Silva, de Balneário Camboriú ‌(SC). Entre elas, três já enfrentaram condenações por crimes relacionados a ⁣tentativas de ​golpe de Estado e danos ao patrimônio público, enquanto a quarta figura possui mandados de prisão pendentes no Brasil. Todas fazem parte de um grupo de militantes que deixou o país​ no primeiro semestre de 2024, inicialmente se estabelecendo na ⁤Argentina‌ antes de tentarem refúgio político nos EUA.

Fugitivas do 8 de janeiro detidas nos EUA após posse de Trump

Frustração na busca por ⁤asilo

O plano das ⁤mulheres⁣ era conquistar asilo político sob a administração de Donald Trump, um aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Entretanto, a ‌tentativa revelou-se sem sucesso. Raquel Souza Lopes foi detida no dia 12⁢ de janeiro ao tentar ingressar pelo Texas, enquanto Rosana, Michely e cristiane foram‍ capturadas em 21 de janeiro na ‌passagem de el Paso, também no Texas. O contexto das prisões estava​ ligado a promessas ⁣do governo trump de deportações em massa de imigrantes indocumentados.

Quatro fugitivas do 8/1 presas ao⁢ tentarem entrar ilegalmente nos EUA

As quatro mulheres agora enfrentam processos de “deportação acelerada”, que​ permite expulsões sem a necessidade de uma audiência judicial. Enquanto isso, outros indivíduos envolvidos nos eventos de 8 de ‍janeiro permanecem fora do Brasil, em países como Argentina, Colômbia ​e Peru, onde alegam estar sendo perseguidos por apoiar⁣ jair Bolsonaro.

Perfil das acusadas

Raquel Souza Lopes, de 51 anos, recebeu uma condenação de 17 anos‌ de prisão por seu envolvimento em tentativas de golpe ‌de Estado e destruição de ⁢patrimônio público. Ela nega as acusações e imediatamente deixou o Brasil em abril de 2024, passando por cinco países antes de⁢ tentar entrar nos​ EUA. Sua advogada no STF abandonou o caso⁢ em dezembro, ⁢e sua⁤ família busca agora um novo representante legal.

Rosana Maciel Gomes, também de 51 anos, foi sentenciada ‌a 14 anos de prisão e enfrenta dois mandados de prisão. Após deixar o Brasil, ela seguiu para uruguai⁤ em janeiro de 2024 e, depois de transitar por ‌Argentina, Peru, colômbia e México, ‍foi presa em El Paso.Sua defesa‌ alega que ela não cometeu danos durante os protestos.

Michely Paiva⁣ Alves, com 38 anos, enfrenta acusações relacionadas a cinco crimes decorrentes dos eventos ⁢de 8 de janeiro. A comerciante, que chegou a se candidatar a ‍vereadora em Limeira (SP), ‌organizou e financiou um ônibus que levou ativistas até Brasília. Ela‌ fugiu para a ​Argentina em setembro de 2024 e foi capturada ao tentar​ entrar ⁣nos EUA em ⁣janeiro.

Cristiane da Silva, de 33 anos, recebeu uma pena de ‍um ano de⁢ prisão ‌por associação criminosa⁢ e instigação ao crime. Ela afirma que foi a Brasília apenas para visitar e que não participou dos atos de vandalismo. Após deixar o Brasil em junho de 2024, seguiu para os EUA, onde foi detida em El Paso.

Ambiente político ‌e suas consequências

As detenções acontecem em meio a um clima⁤ de intensa polarização política no Brasil e nos EUA.Enquanto as ⁤acusadas se consideram vítimas de perseguição política, o⁣ STF ⁤e o governo brasileiro enxergam os atos de 8 de janeiro como uma tentativa de golpe de Estado. A Asfav, Associação de Investigados, critica as sentenças que chegam a 17 anos, considerando-as severas.

O Itamaraty não fez comentários sobre⁣ o caso, referindo-se a questões legais em aberto. Ao mesmo tempo, organizações de direitos imigratórios ⁣nos ‍EUA expressam preocupação com a ⁢prática de “deportações aceleradas”, que, segundo elas, violam o direito a um julgamento ⁤justo. A situação⁢ dessas⁢ quatro mulheres simboliza a complexidade das consequências políticas ⁣e ‍jurídicas dos acontecimentos de 8 de janeiro, cujos desdobramentos ainda ecoam ‌no Brasil ​e mundialmente.

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