A estudante de Medicina, Verena Paccola, de 22 anos foi premiada em Brasília ao descobrir 25 asteroides de um Projeto da Nasa – um desses corpos poderá se chocar com a Terra. “Eu descobri que existem classificações de asteroides, que na verdade eu nem sabia, porque sou da área da saúde.”
Da Redação
Verena Paccola, de 22 anos – aluna do segundo ano de Medicina da USP de Ribeirão Preto (SP) –, foi premiada ao descobrir 25 asteroides de um Projeto da Nasa, sendo que um desses corpos poderá se chocar com a Terra. Segundo a jovem brasileira, é o chamado asteroide fraco, que se movimenta na órbita de forma mais devagar – o tamanho e a possível data de colisão estão em estudo nos EUA.
Por conta da sua descoberta, e estudante foi premiada em Brasília com um troféu do coordenador do programa ‘Caça Asteroides’, da Nasa, e do ministro Marcos Pontes, da Ciência, Tecnologia e Inovações. “Em Brasília, eu tive a oportunidade de ter uma reunião particular com o presidente da Agência Espacial Brasileira e foi muito produtivo,” comemora.
Em entrevista, disse Verena que, “ainda não tive tempo de analisar qual dos 25 que é o asteroide fraco, que tem uma órbita diferente do resto. Mas quando eu analisar isso, vai dar para fazer sim o diâmetro, provavelmente, e ter uma ideia da órbita. É porque para definir essas coisas são várias observações no decorrer dos anos, de diferentes partes da Terra, para definir mais coisas dos asteroides”, relata.
Uma realidade que se assemelha ao filme “Don’t Look Up”, da Netflix, quando cientistas americanos se esforçam para alertar as autoridades sobre o asteroide que ameaça a Terra. Na vida real, no entanto, o asteroide já é conhecido e vem sendo acompanhado.
Indagada sobre a sua descoberta dos asteroides, lembra Verena que, em 2020, durante a pandemia da Covid-19, estudava para o vestibular de Medicina em casa, em Indaiatuba (SP), mas queria uma atividade alternativa para distrair a cabeça diante da pressão para entrar na faculdade. Saturada do conteúdo do Ensino Médio, decidiu se inscrever no treinamento da Nasa que havia visto na internet.
“Me passaram o cadastro para o software de caçar asteroides. Eles me começaram a me passar pacotes de imagens tiradas de um telescópio que fica no Havaí para eu analisar. Esse programa dá para achar vários corpos celestes, várias coisas no espaço, mas o que eu aprendi a detectar era asteroide mesmo. Tinha programação que eu fazia no software, jogava as imagens. Cada pacote de imagens era composto por quatro imagens tiradas em sequência lá do espaço”, explicou.
A descoberta
“Então, se eu via alguma coisa se movendo, eu fazia uma análise numérica daquele objeto e via se poderia ser um asteroide ou não. Isso gerava um relatório no próprio software, que era enviado para a Universidade de Harvard, que é o centro mundial que analisa esse tipo de coisa, e eles enviavam para a Nasa para ver se era mesmo um asteroide ou não”.
Em seu relatório, os números batiam com a margem do que poderiam ser asteroides. Depois, a Nasa confirmou que a estudante havia descoberto ao menos 25 corpos, sendo que um deles era considerado de grande importância para a agência espacial americana.
“Eu descobri que existem classificações de asteroides, que na verdade eu nem sabia, porque eu sou da área da saúde. Eu acabei descobrindo, então, um asteroide que é diferente, que ele se move mais devagar e é chamado de asteroide fraco nesse grupo, que são os asteroides mais importantes. Normalmente os que caem na Terra, os que têm chances de colidir, são os asteroides fracos, então eles exigem uma atenção maior”, disse.