Da Redação – Após os Estados Unidos viverem uma onda de demissões voluntárias batizada de ‘grande renúncia’, as estatísticas oficiais do Brasil registram recorde de pessoas que decidiram abandonar seus empregos. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mais de 600 mil trabalhadores pediram as contas em março deste ano.
No comparativo com março do ano anterior, a taxa de demissão voluntária aumentou 37%, quando foram registradas mais de 437 mil desligamentos a pedido do próprio trabalhador, de acordo com o levantamento da LCA Consultores, com base nos dados do Caged, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em janeiro, 554.191 pessoas decidiram abandonar seus trabalhos. Em fevereiro, foram mais de 560 mil. Há oito anos o país não via um número grande assim. Em janeiro de 2014, foram 542.685 pedidos de demissão.
O movimento que o Brasil vive agora é global, além dos EUA, onde cerca de 4,5 milhões de americanos saíram ou trocaram os seus empregos em março, países como China, Índia, Reino Unido, Alemanha e França também registraram índices parecidos.
Uma das explicações para a “grande resignação” é a mudança nas relações de trabalho durante a pandemia, como a adoção do modelo remoto e híbrido — em que os trabalhadores querem permanecer.
Aqui no Brasil, esse fenômeno acontece em um cenário de desemprego ainda alto, mas em queda. A taxa atingiu 11,1% no primeiro trimestre de 2022, de acordo com dados do IBGE, abaixo do pat amar acima de 14% atingido no auge da pandemia.
A principal diferença entre os trabalhadores que pedem demissão no Brasil e nos EUA está no nível de escolaridade: brasileiros com mais anos de estudo são os profissionais que saem dos empregos voluntariamente, ao contrário do que acontece entre os americanos, segundo o levantamento da Blue Management Institute (BMI).
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