O presidente Joe Biden deve destacar o papel dos novos americanos na economia e pressionar pela reforma da imigração em seu discurso sobre o Estado da União na terça-feira, dizem os defensores. É importante que o presidente mostre uma liderança forte para avançar na questão, já que ele está enfrentando um Congresso dividido e os republicanos estão intensificando a retórica de fiscalização das fronteiras, disseram líderes de organizações de defesa dos imigrantes na sexta-feira.
“Quando o presidente Biden estava concorrendo ao cargo em 2020, ele me prometeu que seu governo agiria imediatamente de acordo com nossas prioridades de imigração”, disse Hector Sanchez Barba, diretor executivo da organização sem fins lucrativos liderada por imigrantes Mi Familia Vota. “Ele pode reformular a conversa sobre imigração com seu discurso sobre o Estado da União. Para isso, ele deve abraçar inequivocamente nossa história como um país que acolhe imigrantes e aqueles que precisam de ajuda.”
Sanchez Barba e líderes de outras organizações de defesa falaram durante uma ligação nacional com repórteres. O pano de fundo é o discurso planejado de Biden para terça-feira perante as duas casas do Congresso e uma crise de imigração que deixou os republicanos furiosos com os mais de 4 milhões de encontros da Patrulha de Fronteira com imigrantes indocumentados nos últimos dois anos.
A divisão política no Congresso pode ser um obstáculo para a reforma abrangente da imigração prometida por Biden , mas um forte esforço de negociação do presidente pode fazer a diferença em projetos de lei que alguns republicanos podem apoiar, disseram os defensores. “Considerando as realidades políticas, há dois projetos de lei que têm apoio bipartidário. Já se passaram 21 anos desde que o DREAM Act foi introduzido. É uma farsa que não tenha passado. ‘Sonhadores’ estão em perigo legal nos tribunais; há mais urgência em proteger essa população”, disse Kevin Appleby, diretor interino do Centro de Estudos de Imigração em Nova York.
A lei daria um caminho para a cidadania a centenas de milhares que foram trazidos para os Estados Unidos sem autorização quando eram crianças. O presidente Barack Obama criou um programa temporário por meio de uma ordem executiva suspendendo sua deportação e fornecendo autorizações de trabalho renováveis por dois anos. O programa conhecido como DACA (Deferred Action for Childhood Arrivals) está sendo questionado na Justiça.
A outra é a Lei de Modernização dos Trabalhadores Agrícolas, que foi aprovada duas vezes na Câmara, mas estagnou no Senado. O projeto de lei faz alterações no programa de trabalhadores agrícolas convidados H-2A para fornecer aos participantes e suas famílias status legal por meio de emprego contínuo. “Os trabalhadores rurais são essenciais para a economia. Sem eles, os preços dos alimentos sobem e vemos escassez (de produtos) como vimos na era COVID”, disse Appleby.
Biden também deve usar o poder do bolso do governo federal para causar um impacto imediato na crise de migração humanitária que o país vive nos últimos anos, disseram os defensores. “Fazer apropriações é absolutamente crítico”, disse Michael Breen, presidente e CEO da Human Rights Frist. “Em vez de mais financiamento para as instalações do ICE e do CBP, a prioridade real precisa ser o financiamento do USCIS, e o presidente tem controle sobre isso”, disse ele.
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O Immigration and Customs Enforcement (ICE) supervisiona os centros de detenção de migrantes. Alfândega e Proteção de Fronteiras é o principal braço de fiscalização de fronteira do Departamento de Segurança Interna, com milhares de funcionários alfandegários designados para portos de entrada e milhares de agentes da Patrulha de Fronteira mantendo a linha intermediária. “Sabemos que podemos ter uma fronteira segura, um país seguro e continuar sendo líderes na proteção daqueles que buscam refúgio, segurança e oportunidade”, disse Breen. “Gerenciar a migração de maneira humana deve ser a primeira prioridade da política dos EUA, em vez de tentar evitá-la e punir as pessoas que buscam refúgio”.
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