AFP – Saily González, a ativista mais visível da oposição em Cuba, anunciou neste domingo (19) pelo Twitter ter viajado aos Estados Unidos devido às pressões que sofreu do governo esta semana, embora tenha dito que continuará lutando por “um país onde todos possamos participar”.
“No momento em que virem esta mensagem, terei chegado aos Estados Unidos”, informou González, originária de Santa Clara, cidade do centro de Cuba, destacando que tomou esta decisão “de forma apressada” e “devido ao episódio de repressão da quinta-feira passada e às pressões” sofridas nesse dia.
González, de 31 anos, denunciou na sexta-feira que a polícia política tentou criar um expediente contra ela sob a acusação de “instigação para delinquir” durante um interrogatório ao qual foi submetida na quinta-feira, após ter sido intimada em um posto de polícia e onde permaneceu por várias horas.
Em declarações à AFP pelo WhatsApp neste domingo, a opositora informou ter sido submetida a “10 horas de interrogatório” e que os agentes, inclusive, chegaram a pedir à sua mãe que “buscasse roupa”, “coisas de asseio” e “um advogado”, porque “iam deixá-la em uma cela”.
Semanas atrás, González denunciou ter sido advertida pela polícia a não comparecer à Cúpula das Amérias, celebrada em Los Angeles este mês e à qual o governo cubano não foi convidado. González participou remotamente.
González, que desta vez não foi impedida de deixar a ilha, relatou ter sido submetida a um longo interrogatório em 31 de maio e em janeiro também foi convocada várias vezes pela polícia.
Muito conhecida pelas mordazes denúncias ao governo nas redes sociais, González prometeu que continuará seu ativismo político dos Estados Unidos.
“Continuarei lutando para conseguir um país onde todos possamos participar, um país sem repressão, nem presos políticos“, disse a opositora.
“Meu coração está com cada preso político ao qual seus direitos são violados e com seus familiares, com cada ativista que, como eu, põe em risco seu corpo, sua paz e a de seus familiares, para que todos tenhamos direitos nesta Cuba de TODOS”, apontou.
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