O Supremo Tribunal Federal se aproxima do desfecho no julgamento de jair Bolsonaro, com sessões desta semana que poderão determinar sua condenação ou absolvição em processos que vêm se arrastando desde o término de seu governo. No entanto, a pulsação política se estende além do STF e a capital federal, alcançando o Congresso, onde aliados do ex-presidente tentam articular um abrangente projeto de anistia que pode anular possíveis sanções.
A proposta acirra debates entre juristas e especialistas. enquanto parlamentares de direita defendem que a anistia é uma ferramenta legítima do Legislativo, consagrada na Constituição, há um crescente questionamento acerca da legalidade de uma medida que poderia interferir drasticamente no julgamento do ex-presidente em andamento, afetando não apenas Bolsonaro, mas também muitos de seus aliados que estão sob investigação por ações antidemocráticas.
Esse embate político revela um dilema para as instituições do país. Para os segmentos mais conservadores, a anistia representaria uma forma de restabelecer a paz social e evitar o que consideram o “martírio” de Bolsonaro, um ex-presidente visto como alvo de uma perseguição judicial. Por outro lado, a oposição considera essa medida uma manobra que atenta contra o Estado de Direito e normaliza práticas que deveriam ser inaceitáveis.
Essas surpresas políticas estão entrelaçadas com o cenário da eleição presidencial de 2026. Apesar de seu desgaste, Bolsonaro ainda possui um significativo capital eleitoral.A sua participação ou não no pleito impacta fortemente as estratégias da direita. Personalidades como Tarcísio de Freitas e Michelle Bolsonaro analisam atentamente os desenvolvimentos, enquanto aliados no centrão avaliam a extensão de sua lealdade ao ex-presidente, em troca de influência e vantagens.
O julgamento no STF e as manobras para a anistia no Congresso não são eventos isolados: eles fazem parte de um mesmo jogo, onde se decide o futuro político do Brasil. Em meio a decisões judiciais e articulações parlamentares, o que está em jogo vai muito além do futuro de uma única figura. Trata-se do alinhamento entre as instituições, da integridade da democracia e dos destinos políticos que moldarão as próximas eleições.