23 / 07 / 2025 às 08 : 05

Novo estudo pode revolucionar tratamento de câncer colorretal – Foto: Pixabay
A líder da pesquisa, Dra. Marikki Laiho, professora de oncologia na Johns Hopkins, ressalta que essa descoberta é um marco de um trabalho iniciado em 2014, que pode abrir caminho para tratamentos mais eficazes e personalizados, especialmente no caso de cânceres que apresentam elevada taxa de mutação e são difíceis de tratar com procedimentos tradicionais.
A investigação concentrou-se em uma enzima denominada RNA Polimerase 1 (ou Pol 1), essencial na síntese proteica celular. A inibição desta enzima, por meio de compostos como BMH-21 e o recente BOB-42, induziu estresse nas células cancerosas, alterando sua capacidade de produção proteica e, consequentemente, inibindo o crescimento tumoral.
Esse mecanismo se mostrou especialmente eficiente em cânceres com mutações conhecidas como MMRd (deficiência de reparo de incompatibilidade), comuns em tumores colorretais, gástricos e uterinos, os quais frequentemente apresentam um perfil de mutações extenso, tornando seu tratamento desafiador.
O estudo analisou mais de 300 linhagens de células cancerígenas e revelou que as células portadoras dessas mutações eram significativamente mais vulneráveis aos fármacos direcionados à Pol 1.
Com os novos compostos em mãos, a equipe conduziu testes em modelos animais e em tumores de pacientes. Os resultados foram impressionantes, com uma redução de até 77% no crescimento tumoral, especialmente observada em melanomas e casos de câncer colorretal.
Além disso, identificou-se uma função inédita da proteína ribossômica RPL22. Antes reconhecida apenas como parte estrutural, agora ela também é vista como uma reguladora crucial do splicing do RNA, processo vital que define como as células montam suas proteínas. Essa nova função tem importantes implicações no comportamento do câncer.
A Dra. Laiho acredita que compreender essa nova atuação da RPL22 é fundamental para o desenvolvimento de terapias mais eficazes. “O estudo indica que essa proteína não só inibe o crescimento tumoral, mas pode também potencializar a eficácia das imunoterapias”, declarou.
ainda que os testes se encontrem na fase pré-clínica, essa descoberta é vista como um grande avanço na busca por tratamentos menos invasivos e mais precisos para o câncer.
Com a expectativa de que mais pesquisas e ensaios clínicos avancem rápidamente, acredita-se que esses novos medicamentos possam, em breve, estar disponíveis para os pacientes que mais necessitam, especialmente aqueles acometidos por formas de câncer com opções limitadas de tratamento.
Veja o estudo completo aqui.

uma nova esperança em potencial para o tratamento do câncer colorretal – Foto: Pixabay