E a humanidade em tempos de Inteligência Artificial?

Paralelo as inúmeras informações e pouco conhecimento relacionado a Inteligência Artificial (IA), surge a preocupação e o medo dessa ferramenta tecnológica vir a se tornar mais um recurso de apagamento do que compreendemos ser humanidade. Buscando o conhecimento científico acerca do assunto, encontramos conceitos como aprendizagem de máquina supervisionado e não supervisionado, classificação, regressão, agrupamento, vícios de treino com sub ou sobre ajuste e matriz de confusão. Observando essa base teórica percebemos que confusão é um sentimento comum aqueles que estudam a acurácia e precisão na educação dessa inteligência, quais outras emoções e sentimentos ela não desperta em muitos de
E a humanidade em tempos de Inteligência Artificial?

Paralelo as inúmeras informações e pouco conhecimento relacionado a Inteligência Artificial (IA), surge a preocupação e o medo dessa ferramenta tecnológica vir a se tornar mais um recurso de apagamento do que compreendemos ser humanidade.

Buscando o conhecimento científico acerca do assunto, encontramos conceitos como aprendizagem de máquina supervisionado e não supervisionado, classificação, regressão, agrupamento, vícios de treino com sub ou sobre ajuste e matriz de confusão.

Observando essa base teórica percebemos que confusão é um sentimento comum aqueles que estudam a acurácia e precisão na educação dessa inteligência, quais outras emoções e sentimentos ela não desperta em muitos de nós leigos no assunto.

Avançando um pouco mais no conhecer, encontramos provocações como a do artigo publicado na Forbes em janeiro de 2024, de autoria de Neil Sahota (CEO da ACSI Labs que atuou como conselheiro em projetos de IA para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU). O texto apresenta a hipótese de uma inteligência artificial encontrar erros repetidos no processamento de dados podendo sentir frustração, motivando-a a aprimorar seus algoritmos.

Esse ensaio nos leva a olhar criticamente a evolução tecnológica em busca de algo que possa ter provocado admiração e otimismo pelo progresso e ao mesmo tempo medo e resistência. Identificamos a inovação revolucionária da máquina a vapor criada por James Watt em 1769.

Enquanto a elite industrial via a máquina a vapor como sinônimo de riqueza, poetas como William Blake a chamavam de “dark satanic mills” (moinhos satânicos), criticando a perda da conexão humana com a natureza.

O economista David Ricardo, em On Machinery (1821), admitiu que a tecnologia poderia causar desemprego e o filósofo Adam Smith, em A Riqueza das Nações (1776), destacou como a tecnologia aumentava a produtividade. Já Movimentos como o Ludismo (1811–1816) destruíam máquinas em protesto contra a “desumanização” do trabalho.

Assim como foi com a máquina a vapor, hoje o terror é alimentado pela IA. Alguns poderão questionar que os riscos no século XXI são maiores do que superamos no século XIX.  Considerando que vivemos uma possível substituição das inteligências, enquanto no passado a substituição era “apenas” das forças físicas.

Quando se trata de inteligência necessitamos recorrer mais uma vez a ciência, sem a pretensão de esgotar a complexidade do tema. Atualmente, o conceito de inteligência é estudado por diversas áreas, como psicologia, neurociência e ciência da computação, e não existe um consenso sobre quantas ou quais inteligências são reconhecidas.

A visão reducionista da teoria da inteligência geral ignora habilidades não cognitivas, já a contextualização realizada na teoria das inteligências múltiplas diz que a inteligência é plural, com 8 (originalmente) ou 9 tipos distintos. Enquanto a teoria triárquica em sua avaliação, estabelece as premissas analítica (resolução de problemas acadêmicos), criativa (adaptação a novidades) e prática (aplicação no cotidiano) como componentes da inteligência.

Além dessas, temos abordagens como a inteligência emocional que estuda as habilidades de administrar emoções, popularizada por Daniel Goleman. Chegando no foco de nossa reflexão que é a inteligência artificial, onde sistemas são treinados com a capacidade de aprendizado de máquina, raciocínio lógico e processamento de linguagem natural (ex.: redes neurais).

Na Ciência da Computação, o conceito de inteligência é considerado de forma pragmática, focando em capacidades mensuráveis e replicáveis em sistemas artificiais. Diferente da psicologia ou neurociência que estudam a inteligência natural, a computação define inteligência com base em desempenho, algoritmos e eficiência computacional.

Sahota conclui sua provocação na Forbes dizendo que a IA com emoções segue no campo da ficção científica, destacando que seu experimento de pensamento serve para chamar atenção para as complexidades da emoção e o papel profundo que ela desempenha nos processos cognitivos e considerações éticas.

Nesse aspecto, constatamos que a tecnologia segue seu curso evolutivo dentro de um cenário de incerteza, volatilidade, complexidade e ambiguidade que parecem ser comuns em tempos de transições como foi na revolução industrial e está sendo na revolução da inteligência artificial.

Sabemos que a revolução industrial levou mais de um século para se consolidar, ao tempo que vivenciamos um avanço exponencial da IA em poucas décadas. Esse lapso temporal chama atenção para necessidade de outra evolução, a da nossa humanidade.

Considerando que já não jogamos mais grupos de pessoas para serem devoradas por leões, escravizar outros humanos não é aceitável socialmente e passamos a reconhecer os direitos de crianças, mulheres, idosos, pessoas com deficiência e algumas minorias marginalizadas podemos celebrar a conquista de mais esse caminhar evolutivo humano.

Nessa trajetória, a liberdade e a igualdade conquistaram um certo espaço na evolução da humanidade. Mas como nas transições do desenvolvimento tecnológico, vivemos o momento de complexidades e incertezas nas humanidades individual e coletiva.

Será que nesse estágio onde chegamos seria interessante tomarmos um energético que possa impulsionar ou mesmo um remédio que possa curar alguns sintomas que ainda persistem em bloquear nosso humanizar?

No aspecto da realidade factual já temos máquinas que superam as inteligências humanas na amplitude do não cognitivo. No campo da imaginação, projetamos máquinas ficcionais com a proposta de transcender a inteligência emocional e a empatia humana, gerando um certo caos emocional.

A teoria do caos apresenta que pequenas variações podem levar a resultados drasticamente diferentes, tornando a previsão de longo prazo extremamente difícil.  Ou seja, sistemas caóticos são tão sensíveis que mínimas alterações nas condições iniciais geram consequências imprevisíveis.

Somado a isso, a teoria da causa e efeito (ou Causalidade) como princípio fundamental da filosofia, ciência e lógica estabelece uma relação entre eventos, onde um (a causa) é responsável pela produção de outro (o efeito). Essa relação é essencial para entender fenômenos naturais, comportamentos sociais e sistemas complexos.

Logo, ainda que o caos não nos permita prever as consequências, a trajetória humana segue seu fluxo natural compreendendo e praticando a liberdade e a igualdade. Nasce assim a esperança de que o esforço coletivo na prática da fraternidade talvez seja o energético ou mesmo o remédio cujo efeito seja o equilíbrio da humanidade em tempos de inteligência artificial.

Salvador, 03 de agosto de 2025.

Reflexões livres por Alessandro Lima

Confira o link original do post

Todas as imagens são de autoria e responsabilidade do link acima. Acesse para mais detalhes

Veja também

NBC revela detalhes sobre o aguardado parque temático Epic Universe

NBC revela detalhes sobre o aguardado parque temático Epic Universe

Prepare-se para um mergulho nos bastidores do Universal Epic Universe. Na próxima segunda-feira, a NBC apresentará “Inside the Worlds of Epic Universe”, revelando detalhes inéditos deste ambicioso parque temático. Sob a apresentação de Joe Manganiello, conheça os cinco mundos fascinantes que prometem transformar sua experiência no Universal Orlando Resort

Programa ‘My Safe Florida Home’ prioriza moradores de baixa renda de Orlando

Programa ‘My Safe Florida Home’ prioriza moradores de baixa renda de Orlando

Programa oferece financiamento para reforçar casas contra furacões. O “My Safe Florida Home” prioriza moradores de baixa renda em Orlando, e as inscrições estarão abertas a partir desta segunda-feira (4), às 8h Da Redação – O Programa “My Safe Florida Home”, que prioriza moradores de baixa renda na Flórida abrem

NBC revela detalhes sobre o aguardado parque temático Epic Universe

NBC revela detalhes sobre o aguardado parque temático Epic Universe

Prepare-se para um mergulho nos bastidores do Universal Epic Universe. Na próxima segunda-feira, a NBC apresentará “Inside the Worlds of Epic Universe”, revelando detalhes inéditos deste ambicioso parque temático. Sob a apresentação de Joe Manganiello, conheça os cinco mundos fascinantes que prometem transformar sua experiência no Universal Orlando Resort

Programa ‘My Safe Florida Home’ prioriza moradores de baixa renda de Orlando

Programa ‘My Safe Florida Home’ prioriza moradores de baixa renda de Orlando

Programa oferece financiamento para reforçar casas contra furacões. O “My Safe Florida Home” prioriza moradores de baixa renda em Orlando, e as inscrições estarão abertas a partir desta segunda-feira (4), às 8h Da Redação – O Programa “My Safe Florida Home”, que prioriza moradores de baixa renda na Flórida abrem