Após uma frutífera reunião entre as delegações econômicas do Brasil e dos Estados unidos, os dois países iniciaram um novo ciclo de negociações para a revisão das tarifas que Washington impôs a produtos brasileiros. O encontro foi avaliado de forma positiva por ambos os lados, culminando na criação de um canal técnico permanente para discutir comércio, tarifas e investimentos.
Conforme divulgado em um comunicado conjunto, o principal objetivo é desenvolver iniciativas que possam reduzir as barreiras comerciais e aumentar a colaboração em setores de interesse mútuo. O Brasil acredita que a revisão dessas tarifas pode trazer benefícios não apenas para seus exportadores, mas também para os consumidores americanos, uma vez que itens como café, carne e frutas tornaram-se mais caros devido às taxas impostas.
 O reestabelecimento das conversações é, em grande parte, resultado da aproximação entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. Os dois líderes se encontraram durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, no final de setembro, onde Trump descreveu a conversa com Lula como “muito produtiva”. Logo após, houve um telefonema entre eles e o anúncio da intenção de Trump em visitar o Brasil em um futuro próximo. Essa dinâmica impulsionou as negociações, lideradas pelo chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.
O reestabelecimento das conversações é, em grande parte, resultado da aproximação entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump. Os dois líderes se encontraram durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, no final de setembro, onde Trump descreveu a conversa com Lula como “muito produtiva”. Logo após, houve um telefonema entre eles e o anúncio da intenção de Trump em visitar o Brasil em um futuro próximo. Essa dinâmica impulsionou as negociações, lideradas pelo chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio.
Lula tem demonstrado um tom conciliador e bem-humorado em suas declarações sobre as tratativas, aludindo ao diálogo com a frase “não pintou química, pintou uma indústria petroquímica”, aludindo à possibilidade de transformar tensões políticas em uma colaboração frutífera na economia. Por sua vez, a equipe de Trump começou a defender medidas que são vistas como viáveis, incluindo a proposta de reduções graduais ou setoriais nas tarifas, focando especialmente no setor agrícola e na transição para energia sustentável.
O interesse maior dos EUA, entretanto, reside nas vastas reservas de minerais críticos e terras raras do Brasil, que são insumos essenciais para as indústrias de tecnologia e defesa. O Brasil é considerado por Washington um parceiro essencial na diversificação dessa cadeia,que atualmente depende muito da China. Portanto, o governo brasileiro procura usar essa vantagem em suas negociações quanto à revisão das taxas sobre exportações agrícolas e industriais.
As tarifas, implementadas em julho, aumentaram em até 50% os impostos sobre produtos brasileiros, com a justificativa de equilibrar a balança comercial. Isso, mesmo com os Estados Unidos mantendo um superávit no comércio com o Brasil. A medida teve um impacto negativo nas exportações, levando o governo Lula a buscar novos mercados. Agora, com a reaproximação política e novos encontros técnicos, cresce a expectativa de um desfecho que pode abrir caminho para acordos em setores como energia limpa, biocombustíveis e tecnologia militar, áreas onde as duas economias têm afinidades.
As relações entre Brasília e Washington parecem estar se normalizando. O clima é de cooperação, embora com a cautela inerente à diplomacia. O desafio será transformar essa sintonização em resultados concretos, que possam mitigar os efeitos de um impasse comercial que, até pouco tempo, pôs em risco a continuidade de uma conexão histórica entre as duas maiores democracias das Américas.
 
				




